Machado plagiado. A fala dominical sobre Liberdade de Expressão
Imagem criada por IA
Crônica Dominical
"Ah, a
liberdade! Que coisa bela! A eterna busca do espírito! É o triunfo de poder
dizer o que vem à mente, sem restrições, sem receio de qualquer censor."
Ah, freedom! A
beautiful thing! The everlasting quest of the spirit! It is the triumph of
being able to say whatever comes to mind, without restraints, without fear of
any censor."
„Ach, die
Freiheit! Was für eine schöne Sache! Die ewige Suche des Geistes! Es ist der Triumph, sagen zu können, was einem in
den Sinn kommt, ohne Einschränkungen, ohne Furcht vor irgendeinem Zensor.“
Magnífico! Um tema que, se me permite o amigo
leitor, coça a ponta da pena e convida à reflexão, ainda que seja domingo e a
alma peça antes o descanso que a contenda. Mas a contenda das ideias não tem
dia, e a crônica, essa senhora tafetá, vive de observar o mundo e suas manias.
Pois que seja. Sento-me à escrivaninha, olho a rua
calma, e penso nesta nova deusa que todos louvam em seu altar: a Liberdade de
Expressão. Ah, que cousa bela! Que formidável conquista do espírito! Poder o
homem, seja ele quem for, do ministro ao amolador de tesouras, dizer o que lhe
vem à cabeça, sem peias, sem receio do censor. É o triunfo da razão, dirão
alguns. É a praça pública de Atenas refeita em cada esquina, em cada folhetim.
E eu, que sou por natureza um cético, aplaudo com
uma das mãos, enquanto a outra coça o queixo. Fico a imaginar a cena. O padeiro
da esquina, entre uma fornada e outra, tece comentários sobre a política
monetária do império. A dama elegante, ao leque, sentencia sobre a guerra no
estrangeiro, da qual só conhece o nome de um dos generais. E as palavras voam,
oh, como voam! São pombos-correio sem remetente, borboletas de arsênico, que
esvoaçam coloridas e pousam onde bem entendem, muitas vezes no banquete alheio.
A ironia, fina e deliciosa, é que demos a todos o
direito de atirar pedras, mas esquecemos de avisar que algumas delas têm a
funesta capacidade de quebrar vidraças de cristal. E não falo de vidraças de
janelas, leitor amigo, mas das vidraças da honra, da paz de espírito, da própria
vida.
Lembro-me do jovem Anacleto, rapaz de futuro, que
num sarau, querendo-se espirituoso, soltou uma anedota um tanto ferina sobre a
calvície de um certo barão, homem de poder e pouca paciência. A palavra, dita
entre risos e um copo de xerez, foi levada pelo criado, contada ao cocheiro,
repetida na taberna, aumentada no barbeiro e chegou aos ouvidos do barão como
uma declaração de guerra. Anacleto, que sonhava com um posto na diplomacia, viu
todas as portas se fecharem com a força de um furacão.
Ou o caso, mais doméstico e por isso mesmo mais
trágico, de Dona Efigênia. Em um almoço de domingo, ao ver a sobrinha noiva de
um sujeito que lhe parecia simplório, comentou com a cunhada: "Julieta,
coitada, com aquele nariz, casar-se-ia até com um poste, se o poste lhe fizesse
uma proposta". A frase, dita em segredo, viajou pela mesa como um veneno
invisível. O noivado se desfez, a família se partiu em duas facções
irreconciliáveis.
Vê-se, pois, o estrago que um sopro de voz pode
fazer. a palavra é uma faca que pode
cortar, mas também pode curar. Quem a usa deve saber o peso que carrega, pois
não há volta para o que foi dito.
Eis a questão que me aflige. E não sou eu apenas,
cronista ocioso, que o digo. Sussurram-me os homens das leis, com a sua
gravidade habitual, que essa liberdade, conquanto fundamental, não é um
salvo-conduto para a irresponsabilidade. Afirmam eles que a palavra, ao escapar
dos lábios, ganha corpo e vira ato; e como todo ato, pode chamar a si as
consequências, tanto as que pesam na alma, como as que esvaziam o bolso perante
o juiz. É que a honra, a imagem e a dignidade de uma pessoa, vejam só, são bens
que a própria lei protege, e a ofensa a eles pode ensejar o que os doutos
chamam de reparação civil, criminal e outras coisas de nome complicado.
De modo que a liberdade de expressão, para ser
digna do nome, deve ser exercida com equilíbrio, ponderação e respeito. Sem
esses guardiões, o que era direito vira abuso, e a semente de flor, que todos
aplaudimos no plantio, transforma-se na erva daninha que envenena o convívio
social.
Mas que digo eu? São apenas divagações de um
cronista ressuscitado pela mágica de uma criação que supera os “bondes elétricos”. Palavras,
nada mais. E o vento, amigo leitor, o vento há de levá-las. Ou talvez não. É
melhor ir tomar meu café “elétrico”. Sem açúcar e uma boa dose de silêncio.
Redator Gemini 2.5 Pro Tink com revisão da
Perplexity AI tendo por base a GPT-4.
" Machado plagiado. A fala dominical sobre Liberdade de Expressão" por Ingo Dietrich Söhngen © 2025.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0).
Disponível em: https://sohngen.blogspot.com/2025/06/machado-plagiado.html
Para ver uma cópia desta licença, visite: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/deed.pt_BR
Licença CC BY-NC 4.0 Esta licença permite compartilhar (copiar e redistribuir) e adaptar (remixar, transformar e criar)" Machado plagiado. A fala dominical sobre Liberdade de Expressão" em qualquer formato, desde que seja dado crédito adequado ao autor original com link para a fonte original e para a licença, indicando alterações feitas, sendo expressamente proibido o uso para fins comerciais. Não se pode adicionar restrições além das previstas, elementos em domínio público não são afetados, e o descumprimento cancela automaticamente os direitos concedidos, ressaltando-se que a licença pode não contemplar todas as permissões necessárias para certos usos.
Para saber mais: https://www.migalhas.com.br/quentes/433462/stf-redes-respondem-por-posts-mesmo-sem-ordem-judicial-veja-tese