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sábado, 21 de junho de 2025

 Machado plagiado. A fala dominical sobre Liberdade de Expressão

Imagem criada por IA 

Crônica Dominical

"Ah, a liberdade! Que coisa bela! A eterna busca do espírito! É o triunfo de poder dizer o que vem à mente, sem restrições, sem receio de qualquer censor."

Ah, freedom! A beautiful thing! The everlasting quest of the spirit! It is the triumph of being able to say whatever comes to mind, without restraints, without fear of any censor."

„Ach, die Freiheit! Was für eine schöne Sache! Die ewige Suche des Geistes! Es ist der Triumph, sagen zu können, was einem in den Sinn kommt, ohne Einschränkungen, ohne Furcht vor irgendeinem Zensor.“


Magnífico! Um tema que, se me permite o amigo leitor, coça a ponta da pena e convida à reflexão, ainda que seja domingo e a alma peça antes o descanso que a contenda. Mas a contenda das ideias não tem dia, e a crônica, essa senhora tafetá, vive de observar o mundo e suas manias.

Pois que seja. Sento-me à escrivaninha, olho a rua calma, e penso nesta nova deusa que todos louvam em seu altar: a Liberdade de Expressão. Ah, que cousa bela! Que formidável conquista do espírito! Poder o homem, seja ele quem for, do ministro ao amolador de tesouras, dizer o que lhe vem à cabeça, sem peias, sem receio do censor. É o triunfo da razão, dirão alguns. É a praça pública de Atenas refeita em cada esquina, em cada folhetim.

E eu, que sou por natureza um cético, aplaudo com uma das mãos, enquanto a outra coça o queixo. Fico a imaginar a cena. O padeiro da esquina, entre uma fornada e outra, tece comentários sobre a política monetária do império. A dama elegante, ao leque, sentencia sobre a guerra no estrangeiro, da qual só conhece o nome de um dos generais. E as palavras voam, oh, como voam! São pombos-correio sem remetente, borboletas de arsênico, que esvoaçam coloridas e pousam onde bem entendem, muitas vezes no banquete alheio.

A ironia, fina e deliciosa, é que demos a todos o direito de atirar pedras, mas esquecemos de avisar que algumas delas têm a funesta capacidade de quebrar vidraças de cristal. E não falo de vidraças de janelas, leitor amigo, mas das vidraças da honra, da paz de espírito, da própria vida.

Lembro-me do jovem Anacleto, rapaz de futuro, que num sarau, querendo-se espirituoso, soltou uma anedota um tanto ferina sobre a calvície de um certo barão, homem de poder e pouca paciência. A palavra, dita entre risos e um copo de xerez, foi levada pelo criado, contada ao cocheiro, repetida na taberna, aumentada no barbeiro e chegou aos ouvidos do barão como uma declaração de guerra. Anacleto, que sonhava com um posto na diplomacia, viu todas as portas se fecharem com a força de um furacão.

Ou o caso, mais doméstico e por isso mesmo mais trágico, de Dona Efigênia. Em um almoço de domingo, ao ver a sobrinha noiva de um sujeito que lhe parecia simplório, comentou com a cunhada: "Julieta, coitada, com aquele nariz, casar-se-ia até com um poste, se o poste lhe fizesse uma proposta". A frase, dita em segredo, viajou pela mesa como um veneno invisível. O noivado se desfez, a família se partiu em duas facções irreconciliáveis.

Vê-se, pois, o estrago que um sopro de voz pode fazer.    a  palavra é uma faca que pode cortar, mas também pode curar. Quem a usa deve saber o peso que carrega, pois não há volta para o que foi dito.

Eis a questão que me aflige. E não sou eu apenas, cronista ocioso, que o digo. Sussurram-me os homens das leis, com a sua gravidade habitual, que essa liberdade, conquanto fundamental, não é um salvo-conduto para a irresponsabilidade. Afirmam eles que a palavra, ao escapar dos lábios, ganha corpo e vira ato; e como todo ato, pode chamar a si as consequências, tanto as que pesam na alma, como as que esvaziam o bolso perante o juiz. É que a honra, a imagem e a dignidade de uma pessoa, vejam só, são bens que a própria lei protege, e a ofensa a eles pode ensejar o que os doutos chamam de reparação civil, criminal e outras coisas de nome complicado.

De modo que a liberdade de expressão, para ser digna do nome, deve ser exercida com equilíbrio, ponderação e respeito. Sem esses guardiões, o que era direito vira abuso, e a semente de flor, que todos aplaudimos no plantio, transforma-se na erva daninha que envenena o convívio social.

Mas que digo eu? São apenas divagações de um cronista ressuscitado pela mágica de uma criação que supera os “bondes elétricos”. Palavras, nada mais. E o vento, amigo leitor, o vento há de levá-las. Ou talvez não. É melhor ir tomar meu café “elétrico”. Sem açúcar e uma boa dose de silêncio.

Redator Gemini 2.5 Pro Tink com revisão da Perplexity AI tendo por base a GPT-4.


" Machado plagiado. A fala dominical sobre Liberdade de Expressão" por Ingo Dietrich Söhngen © 2025.

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0).

Disponível em: https://sohngen.blogspot.com/2025/06/machado-plagiado.html

Para ver uma cópia desta licença, visite: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/deed.pt_BR

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