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Escritório de Advocacia - Dra. Clarice Beatriz da Costa Söhngen e Ingo Dietrich Söhngen

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quarta-feira, 17 de setembro de 2025

 


O TURISMO no Brasil 



Era mais uma tarde a derreter o asfalto em Porto Alegre, anos 80, quando Lukas, um alemãozinho mais perdido que turista em feira de bugigangas, aguardava na parada com uma expressão de ponto de interrogação ambulante.

O busão finalmente apareceu – fazendo aquele barulho característico de geladeira velha tentando congelar ferro-velho – e Lukas subiu os degraus como quem escala as escadas da Igreja do Bom Fim, com a euforia de quem ganhou ingresso VIP para o Rock in Rio. Mal sabia ele que estava prestes a estrelar seu próprio episódio de "Casos de Família", versão internacional.

No comando da grana estava Pedro, o cobrador, um jovem de 20 anos que manuseava moedas com a delicadeza de quem desarma uma bomba: contava, recontava e empilhava como se cada centavo fosse decisivo para o equilíbrio do universo.

Excuse me, how much is the ticket? — soltou Lukas, com um inglês tirado diretamente dos créditos de "Miami Vice".

Pedro continuou sua contabilidade olímpica sem nem levantar o olhar. Para ele, aquilo era tão compreensível quanto as instruções de uma caixa de remédio em sânscrito.

Lukas, achando que o volume resolveria o problema, partiu para o alemão:

WIE VIEL KOSTET DIE FAHRKARTE? — bradou, escandindo cada sílaba, como se Pedro fosse surdo, e não um monoglota convicto.

A cara de Pedro transformou-se naquela expressão universal de quem morde cebola crua achando que era maçã. No fundão do ônibus, uma senhora cochichou para a amiga: "É russo?".

Desesperado e já considerando a telepatia, Lukas apelou para a linguagem que derruba fronteiras, acaba com guerras e até compra almas: o dinheiro. Sacou uma nota que, pela expressão de Pedro, era o valor máximo em circulação.

Pedro, operando como uma calculadora com bateria fraca, devolveu um troco misterioso e fez o gesto universal que significava: "Passa logo, tá segurando a fila."

Lukas sentou-se perto da janela, provavelmente pensando em como contaria suas aventuras ao pessoal da Bavária, enquanto Pedro, virando-se para o passageiro ao lado – um senhor que assistia a tudo com a atenção de quem acompanha final de campeonato – soltou a pérola filosófica do dia:

Mas que burro. Não sabe falar português.

Ali estava um turista estrangeiro sendo chamado de "burro" por alguém que considerava o português uma habilidade inata, tipo respirar.

Lukas, felizmente alheio à sua participação nesta sitcom tropical sem roteiro, sorria para todos como um labrador perdido no parque. Os brasileiros, craques em simpatia de exportação, retribuíam – todos, exceto Pedro, claro, que encarava línguas estrangeiras como uma ofensa pessoal.

Quando finalmente chegaram ao centro, Lukas desceu agradecendo em alemão (um som parecido com alguém tentando espirrar de boca cheia de pretzel) e seguiu seu caminho, sem fazer ideia de que acabara de participar do episódio piloto de "Turismo Selvagem: Sobrevivendo ao Transporte Público Brasileiro".

E assim seguiu a vida, mais um dia normal na terra onde a hospitalidade é opcional e o bilinguismo é considerado um luxo desnecessário. Mas quem precisa de tradutor quando se tem mímicas desesperadas e notas de dinheiro, não é mesmo?

Texto criado com auxílio de IAs Gemini 2.5 Pro e  Claude 3.7 Sonnet Think entre outras.

 "Redator" Ingo Dietrich Söhngen. 

Imagem criada a partir de prompt pela IA SD3.5 Large