DA DEGRADAÇÃO À REGENERAÇÃO SOCIOAMBIENTAL
O cenário urbano brasileiro apresenta uma complexa patologia que combina falhas estruturais históricas com profundas disfunções institucionais e comportamentais. Este quadro se manifesta através de ciclos viciosos onde problemas históricos de urbanização desordenada são agravados pela ineficiência estatal e pelo comportamento predatório tanto das instituições quanto dos cidadãos. O ambiente urbano reflete uma desconexão sistemática entre cidadãos e espaço público, evidenciada na degradação física e social das cidades.
Como exemplo podemos citar entre outros: calçadas quebradas, bueiros entupidos, lixo acumulado, cabos e fios em total desordem nos postes. São marcas de uma sociedade que perdeu a conexão com o espaço público e não reconhece mais a cidade como um bem comum.
A patologia urbana brasileira se expressa em múltiplas
dimensões interligadas. No âmbito institucional, observa-se a fragmentação e
sobreposição de competências entre órgãos públicos, além da ineficácia das
agências reguladoras e paralisia do Ministério Público frente a questões
estruturais. Socialmente, manifesta-se através do comportamento predatório da
sociedade, evidenciado no descaso com espaços públicos e na transferência
sistemática de responsabilidades para o poder público. A dimensão ambiental
revela-se na impermeabilização descontrolada do solo, na poluição atmosférica e
hídrica, no desmatamento de áreas de preservação e na gestão inadequada de
resíduos.
Em resposta a esta complexa patologia urbana, os parques
lineares emergem como uma ferramenta multifuncional de regeneração
socioambiental. Estas estruturas verdes, que acompanham cursos d'água urbanos,
oferecem uma abordagem integrada que combina proteção ambiental,
desenvolvimento social e eficiência econômica. No aspecto ambiental, protegem
recursos hídricos, controlam enchentes e preservam a biodiversidade.
Socialmente, criam espaços de convivência, promovem mobilidade sustentável e
fortalecem o senso de pertencimento comunitário.
O sucesso desta abordagem, contudo, depende da superação dos
mesmos desafios estruturais que caracterizam a sociopatologia urbana. É
fundamental aprimorar a coordenação entre diferentes órgãos públicos, garantir
participação comunitária efetiva e desenvolver uma nova cultura de cidadania
que reconheça estes espaços como bens coletivos essenciais para a qualidade de
vida urbana.
Fontes de consulta:
1. Camilla Ghisleni . Seis projetos urbanos que aplicam Soluções baseadas na Natureza. In https://www.archdaily.com.br/br/963511/seis-projetos-urbanos-que-aplicam-solucoes-baseadas-na-natureza;
2. Mayorga Mora, N. (2013). Experiências de parques lineares no Brasil: espaços multifuncionais com o potencial de oferecer alternativas a problemas de drenagem e águas urbanas. https://doi.org/10.18235/0010701.
3. Texto redigido com auxílio da IA Claude 3.5 Sonnet.