O avô – August Rosenberg - estava atento ao movimento do trem que parara nas proximidades de Orenburg - Rússia. As autoridades russas tinham ordenado mais uma das “verschikung” (emigração forçada) acontecidas no período da Primeira Guerra Mundial. O destino era a Sibéria. O pai de Olga Lenz - Adolf Lenz - estava na guerra, engajado nas tropas do Czar.
Ouvidos os apitos de retomada da viagem e antes que o trem retomasse a marcha, no meio da noite, August jogou os poucos pertences da família para fora, e auxiliou a sua "tropa" a descer do trem. A família era composta naquela ocasião pela esposa Albertina, a filha Adoline e a neta Olga, o neto Jonathan, as filhas solteiras Blondine e Berta e o filho Herbert. Logo o trem se afastava e a família ficava, solitária, na imensidão da estepe gelada Russa. August Rosenberg ordenou a todos que aguardassem o seu retorno e tomou o rumo da cidade de Orenburg. Olga Lenz, 98 anos, lembra das horas em que ficou sentada sobre os pertences da família esperando o Avô voltar. Passadas horas, o velho Rosenberg voltava com trenós conduzidos por cidadãos russos. Iniciava-se mais uma etapa das aventuras de Olga Lenz.