Machuquei o dedo. Eu era muito pequeno para alcançar o telefone. Subi em uma escada, tirei o fone do gancho e segurei contra o ouvido. Alguém atendeu e eu disse:
"Uma informação, por favor".
A voz confortou-me e disse o que eu deveria fazer.
Depois daquele dia, eu ligava para "Uma informação, por favor" por qualquer motivo. Então, um dia, meu canário, morreu. Eu liguei para "Uma informação, por favor" e contei o ocorrido. Ela escutou.
Eu perguntava:
"Por que é que os passarinhos cantam tão lindamente e trazem tanta alegria pra gente para, no fim, acabar como um monte de penas no fundo de uma gaiola?"
Ela deve ter compreendido a minha preocupação, porque acrescentou mansamente:
"Paul, sempre lembre que existem outros mundos onde a gente pode cantar também...".
De alguma maneira, depois disso eu me senti melhor.
Quando eu tinha 9 anos, nos mudamos para Boston.
Alguns anos depois, disquei o numero da operadora da minha cidade natal e pedi:
"Uma informação, por favor."
Como num milagre, eu ouvi a mesma voz doce e clara que conhecia tão bem, dizendo:
"Informações."
Perguntei se poderia visitá-la.
"É claro!" Ela respondeu.
"Venha até aqui e chame a Sally".
Três meses depois liguei para a operadora e uma voz diferente atendeu. Identifiquei-me e fui informado do falecimento de Sally. A operadora disse que Sally deixara uma mensagem:
"Diga a ele que eu ainda acredito que existem outros mundos onde a gente pode cantar também. Ele vai entender".
Eu entendi...
Autor: Paul Villard, Publicação Original: Originally published June, 1966 Readers Digest; reprinted with permission in the December 1999 issue of the Singing Wires newsletter, TCI club, EUA. Tradutor desconhecido. Texto adaptado para o Blog.