Nas Estepes de Orenburgo
O inverno se demorava na Rússia com a resignação dos séculos. A neve, acumulada à altura dos joelhos de um homem, cobria a paisagem com seu manto implacável, enquanto o frio extremo transformava cada respiração em uma pequena nuvem de vida efêmera. O vento, senhor absoluto das planícies, deslizava entre as raízes endurecidas da terra, carregando consigo o frio e a solidão. August Rosenberg, velho patriarca da família, viu seu próprio destino traçado sobre os trilhos de ferro que cortavam aquelas vastas distâncias. Como tantos outros descendentes de alemães e suecos que haviam construído suas vidas na Volínia, agora enfrentavam o desenraizamento brutal pela segunda vez em sua história.
Era noite
quando o trem parou, mais por ordem dos homens que por cansaço da máquina. A
Rússia, enorme e impiedosa, tinha agora novos exilados em sua história: ordens
haviam sido dadas, famílias arrancadas de suas terras, e a palavra que ecoava
era "verschikung". O destino era algum ponto perdido na imensidão
siberiana – uma sentença que todos sabiam traduzir-se em esquecimento eterno.
Daqueles que seguiam até o fim dessa linha, nenhuma notícia jamais retornava;
eram como folhas secas que o inverno carrega para longe, e das quais nem mesmo
a memória sobrevive.
August,
cujo rosto as rugas moldaram com a persistência do tempo e da dor, demorou o
olhar sobre sua família: Albertina, companheira de tantos silêncios, seus olhos
ainda guardavam o brilho das águas do Báltico que seus antepassados haviam
cruzado; Adoline (Rosenberg) Lenz, filha de esperança quieta; Olga, pequena
menina de apenas seis anos, cujos olhos grandes e atentos mordiam o escuro com
perguntas silenciosas; Jonathan, inquieto como os ventos de primavera não mais
vindos; Blondine e Berta, filhas ainda à espera de histórias próprias; Herbert,
o caçula, erguido como promessa. Em algum longínquo front, Adolf Lenz, o genro,
marchava sob bandeiras da Rússia Czarista que
pouco significavam diante do abismo da separação.
O frio e a
ameaça do desconhecido apertavam-lhe o peito. Quando o apito do trem cortou
novamente a noite, August agiu com a presteza dos que nada têm a perder além da
própria alma. As histórias sussurradas sobre aqueles que desapareciam nos
confins da Sibéria davam-lhe a certeza de que somente um ato de desespero
poderia salvar sua linhagem. Com mãos firmes e o juízo claro, arremessou à neve
profunda os poucos pertences, e um a um auxiliou a descer – família, esperança,
futuro.
Olga, com
seus seis anos completos, sentiu o choque do frio penetrante como nunca antes
experimentara, mesmo tendo nascido naquelas terras de invernos severos. Suas
pequenas botas afundaram na neve alta, e seu corpo frágil tremeu sob as camadas
insuficientes de roupas. A criança, no entanto, não emitiu um som de queixa –
os filhos de imigrantes aprendem cedo a suportar o que não podem mudar.
O trem
partiu, continuando sua viagem para o leste, em direção às profundezas da
Sibéria, levando consigo outros como eles, colonos da Volínia, herdeiros de
línguas e tradições que agora eram crime possuir. Partiam para as vastidões
orientais, um lugar onde suas histórias seriam perdidas, seus nomes esquecidos,
e do qual não havia retorno conhecido. A locomotiva desapareceu na cortina
branca da nevasca que se intensificava, deixando para trás apenas o silêncio
ensurdecedor do inverno russo.
"Esperem
aqui", ordenou August, sua voz não admitia recusa – ou talvez fosse apenas
o orgulho dos que aprenderam a não se queixar. Na noite, Olga, com a inocência
e a resiliência de seus seis anos, sentou-se sobre malas que guardavam memórias
de duas pátrias já perdidas, esperando o retorno daquele que era escudo e
bússola. O frio mordia-lhe as faces rosadas e penetrava os ossos pequenos, mas
ela permaneceu firme, como havia aprendido observando os adultos de sua
família. As horas se desenrolaram lentas, e cada suspiro congelado parecia
dialogar com a vastidão da estepe.
Quando
afinal retornou, August trazia consigo trenós conduzidos por silenciosos
russos, envoltos em peles de animais que conheciam melhor que ninguém os
segredos de sobreviver àquele frio assassino, seus rostos marcados pela
resignação dos que tudo já viram. Sem uma palavra sequer, apenas gestos
decididos, conduziram os Rosenberg rumo a Orenburg – com o destino incerto, mas
o espírito intacto. O velho Rosenberg olhou uma última vez para os trilhos que
seguiam para o leste, para aquela linha férrea que transportava seu povo para a
morte lenta na vastidão siberiana, agora quase invisível sob a neve implacável.
Ele sabia, como sabiam todos os que falavam o alemão na Volinia, que aqueles
carregados para a Sibéria desapareceriam como se jamais houvessem existido –
homens, mulheres e crianças cujas vozes seriam silenciadas pelo frio e pela
distância, seus nomes jamais novamente pronunciados.
Nessa
noite, pensou Olga ao recordar-se já idosa, aprendeu-se que a coragem, como o
inverno russo, é dura mas necessária; e que, no fim, somos sempre guiados não
pelas mãos dos poderosos, mas pela fidelidade silenciosa de nossos mais velhos.
E enquanto os trilhos levavam outros como eles para o leste, para o
esquecimento da Sibéria, a pequena menina de seis anos, envolta em cobertores
no trenó que deslizava sobre a neve profunda, guardou em sua memória infantil
imagens que nem nove décadas seriam capazes de apagar: a brancura infinita, o
frio que queimava como fogo, e a silhueta de seu avô, erguida contra a
tempestade de neve, conduzindo-os para longe da morte certa que os aguardava
nas planícies orientais.
Ironia do
destino ou simplesmente o ciclo perpétuo da história humana: quatorze anos
mais tarde, em 1929, Olga, já não mais criança, encontrar-se-ia novamente
diante dos mesmos trilhos, contemplando o mesmo leste siberiano. Mas desta vez,
acompanhada de seus pais e dois irmãos, entre outros - a jornada seria
voluntária, embora não menos desesperada. A Rússia, agora soviética, tornara-se
uma prisão diferente para os descendentes de colonos. O caminho para a Sibéria,
que antes representava o fim, transformara-se numa rota de esperança – não para
permanecer, mas para atravessar a fronteira sino-russa, deixando para trás,
definitivamente, a terra que nunca verdadeiramente os aceitara como filhos e que se transformara no “Arquipélago Gulak” retratado por Aleksandr Soljenitsin.
O povo
chinês os recebeu, como só aqueles que compreendem o significado do exílio
podem fazê-lo. Por dois anos, respiraram um ar diferente, aprenderam a decifrar
os mistérios de outro idioma, de outros costumes. Harbin, a cidade que acolhia
refugiados como eles, tornou-se um porto temporário, um lugar de espera e
preparo para travessias ainda mais longas. Olga, agora jovem mulher, observava
as ruas e os mercados com o mesmo olhar
atento de quando criança fitava a estepe nevada – sempre em busca de sinais, sempre
à espera.
E então,
como nos contos antigos, mãos amigas do além-mar estenderam-se para conduzi-los
através de uma jornada que nenhum deles poderia imaginar quando saltaram do
trem naquela noite de 1915. A Longa Marcha Chinesa estava em seus primórdios e o
Império Japonês havia invadido a região da Manchúria em 1931 - incluindo Harbin. Dez milhões de pessoas sucumbiram ao jugo imperial
japonês. Em 1932 graças ao Pastor
Luterano em Harbin e seu incansável trabalho - Pastor Kastler - os refugiados foram transladados de Harbin para Xangai,
cidade de contrastes onde o Ocidente e o Oriente negociavam suas diferenças,
seus sonhos e seus exílios. Mal sabiam eles que Beria estava a negociar um
plano secreto entre o Governo Chinês e a União Soviética com intuito de
retornar os refugiados russos. Embarcados
no navio francês Phortos - aportaram Hong Kong, porta de saída da Ásia, última
fronteira antes do oceano infinito. A bordo do navio que carregava as esperanças de 300 refugiados como eles,
atravessaram mares que August jamais sonhara que sua filha e sua neta um dia cruzariam.
O
Mediterrâneo surgiu azul e histórico, e Port Said, no Egito, foi mais uma
parada nessa odisseia moderna, tão antiga quanto a própria humanidade. Marsella
recebeu-os com a promessa da Europa que nunca fora verdadeiramente deles,
apesar do sangue alemão e sueco que lhes corria nas veias. Bordeaux, à beira do Canal da Mancha, foi o
último vislumbre do velho continente – aquele que gerara seus antepassados
apenas para depois expulsá-los, geração após geração.
Por fim, o
Atlântico se abriu, vasto como a estepe, mas movente e vivo. O porto de Recife
saudou os imigrantes seguido pelo porto do Rio de Janeiro que surgiu no
horizonte, com sua baía abraçando navios e sonhos. Olga compreendeu que a vida às vezes precisa
nos levar ao outro lado do mundo para finalmente nos permitir criar raízes.
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, seria o destino final – uma terra onde outros alemães haviam chegado
décadas antes, preparando o caminho sem saber que um dia receberiam irmãos
vindos não diretamente da Europa, mas pelo caminho mais longo, através da
Rússia, da China, e de todos os mares.
A jovem que
escapara duas vezes da Sibéria, que vira dois continentes e atravessara
oceanos, olhou para seus pais envelhecidos pela jornada e para seus irmãos que
cresceram entre fronteiras e idiomas. Pensou no avô August, que numa noite de
inverno tivera a coragem de saltar de um trem, e compreendeu que somos todos,
afinal, viajantes traçando mapas invisíveis sobre a terra. Para os descendentes
de alemães-suecos nascidos na Volínia, criados na Rússia-Ucraniana, refugiados
na China e finalmente acolhidos no Brasil, a pátria não era um lugar no mapa,
mas a memória que carregavam consigo – uma memória feita de neve e sol, de
idiomas perdidos e encontrados, e principalmente da coragem silenciosa dos que
sabem que sobreviver é, às vezes, a mais sublime forma de resistência.
Redação com auxilio de IAs e pesquisa histórica na Wikipédia. Texto com base fática-verídica familiar.
"Nas Estepes de Orenburgo" por Ingo Dietrich Söhngen © 2025.
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Notas:
1. 1. Orenburg, Harbin e
Repatriação (1915-1935)
Em 1915, Orenburg era uma cidade
modesta do Império Russo, abrigando entre 70.000 e 80.000 habitantes em seu
território multiétnico. Sua economia dependia fundamentalmente da agricultura e
do artesanato local, enquanto a infraestrutura administrativa permanecia em
níveis básicos, reflexo das limitações típicas das cidades periféricas do vasto
império czarista.
Passado mais de um século, a Orenburg contemporânea apresenta uma
realidade completamente transformada. Com uma população que cresceu
exponencialmente para aproximadamente 500.000 habitantes, a cidade
consolidou-se como um importante centro industrial e militar na Rússia moderna.
Sua relevância estratégica é evidenciada pela presença de uma base aérea
militar significativa e pelo desenvolvimento de uma robusta indústria de
aviação. A infraestrutura, antes rudimentar, evoluiu para padrões modernos e
diversificados, refletindo as profundas mudanças socioeconômicas que marcaram a
região ao longo do século XX e início do XXI.
2. 2. Harbin e Refugiados
Soviéticos (1929-1932)
Harbin:
Refúgio na Manchúria (1929-1935)
Durante o
conturbado período de 1929-1935, a cidade de Harbin, na Manchúria, emergiu como
um vital centro de acolhimento para refugiados russos que buscavam escapar das
transformações radicais impostas pelo regime soviético. A presença de uma
comunidade russa já estabelecida na região facilitava significativamente o
processo de integração dos recém-chegados, criando uma rede de solidariedade
étnica e cultural que se tornaria fundamental para a sobrevivência dos
exilados.
A cidade funcionava como um verdadeiro
santuário para emigrantes que fugiam das perseguições políticas e das mudanças
sociais drásticas implementadas na União Soviética. As organizações
comunitárias locais desempenhavam um papel crucial nesse processo humanitário,
oferecendo apoio prático e emocional aos refugiados, desde assistência com
documentação e abrigo até ajuda na busca por trabalho e na adaptação à nova
realidade. Esse movimento migratório forçado transformou Harbin em um
microcosmo da diáspora russa, preservando tradições culturais e criando uma
ponte entre o mundo perdido do Império Russo e as incertezas do futuro em
terras estrangeiras.
3. 3. Acordo de Repatriação
(1929-1935)
O Acordo de Repatriação: Uma Tragédia
Silenciosa (1929-1935)
Entre 1929
e 1935, um dos capítulos mais sombrios da história russa moderna se desenrolou
através do chamado Acordo de Repatriação, que resultou no retorno forçado de
aproximadamente 50.000 a 60.000 russos que haviam buscado refúgio em
territórios estrangeiros. O que inicialmente poderia parecer um programa de
reconciliação nacional revelou-se, na realidade, uma armadilha mortal para
milhares de compatriotas.
O destino
reservado aos repatriados foi marcado por uma brutalidade sistemática que
caracterizava o período stalinista. Aqueles que retornaram enfrentaram
perseguições políticas implacáveis, sendo frequentemente acusados de traição ou
espionagem pelo simples fato de terem vivido no exterior. Muitos foram enviados
para os temidos campos de trabalho na Sibéria, onde as condições desumanas
ceifavam vidas em massa. As execuções sumárias tornaram-se rotineiras, enquanto
os sobreviventes perdiam todas as suas propriedades e direitos civis, sendo
relegados ao status de cidadãos de segunda classe em sua própria pátria.
**Contexto
de Terror e Transformação**
Este
período trágico deve ser compreendido dentro do contexto mais amplo das
intensas transformações políticas que assolaram a Rússia nas primeiras décadas
do século XX. As consequências devastadoras da Revolução Russa continuavam a
reverberar, gerando ondas sucessivas de migração forçada e deslocamentos
populacionais. A ascensão do regime stalinista intensificou dramaticamente a
repressão, transformando a paranoia política em política de Estado e criando um
clima de terror que atingiu tanto os que permaneceram quanto os que tentaram
retornar.
A complexa dinâmica histórica dos russos entre
1915 e 1935 revela um panorama de transformações demográficas radicais,
deslocamentos humanos em massa e desafios políticos sem precedentes. Este
período ilustra tragicamente como as convulsões políticas podem fragmentar
famílias, destruir comunidades e converter o sonho do retorno ao lar em um
pesadelo irreversível, deixando cicatrizes profundas na memória coletiva de uma
nação.
4. Beria
O Documento de Béria na Ucrânia: Evidências de um Terror Sistematizado
Nos arquivos do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) foi descoberto um
dos documentos mais reveladores e perturbadores da era stalinista: uma ordem
secreta do NKVD datada de 1937-1938, que carrega a assinatura direta de
Lavrentiy Béria. Este documento, classificado como "Ordem Secreta do
NKVD", emerge como uma peça fundamental para compreender a natureza
sistemática e burocrática do terror implementado durante as Grandes Purgas.
O conteúdo do documento revela instruções minuciosas e frias de Béria
sobre a identificação de "elementos contrarrevolucionários",
detalhando procedimentos específicos de interrogatório que frequentemente
incluíam tortura psicológica e física. Mais alarmante ainda são as diretrizes
precisas sobre métodos de execução e deportação, bem como a classificação
sistemática de grupos étnicos considerados perigosos para o regime. O documento
demonstra como a repressão não era resultado de excessos individuais, mas sim
de uma política de Estado cuidadosamente planejada e executada.
*Alvos da Perseguição Sistêmica**
Os grupos principais identificados para eliminação incluíam russos
brancos, ex-militares do regime czarista, intelectuais de diversas áreas,
líderes religiosos e camponeses classificados como "kulaks". Esta
lista revela a paranoia abrangente do regime, que via ameaças em praticamente
todos os segmentos da sociedade que pudessem representar alternativas
ideológicas ou possuir influência social independente do partido.
As estatísticas contidas no documento são devastadoras em sua precisão
burocrática: estimava-se que entre 70% e 80% dos repatriados seriam executados,
enquanto 15% a 20% seriam enviados para campos de trabalho forçado na Sibéria.
Os sobreviventes representariam menos de 5% do total, uma margem que demonstra
a natureza quase genocida das operações planejadas.
**Relevância Histórica e Descoberta**
A revelação deste documento ocorreu durante o processo de descomunização
na Ucrânia, quando arquivos secretos foram abertos para pesquisa histórica.
Traduzido para o inglês e ucraniano, o documento é hoje considerado uma fonte
histórica primária inestimável para compreender as repressões stalinistas. Sua
autenticidade e especificidade oferecem uma janela rara para os mecanismos
internos do aparato repressivo soviético, documentando com precisão burocrática
a planificação do terror que caracterizou um dos períodos mais sombrios da
história russa e ucraniana.
5. 5. A
imigração alemã-austríaca para a Volínia e regiões do Volga
A imigração alemã-austríaca para a
Volínia e regiões do Volga ocorreu entre os séculos 18 e 19, impulsionada por
dificuldades econômicas e políticas na Alemanha e na Áustria. Com o objetivo de
desenvolver áreas menos povoadas, a czarina Catarina II incentivou essa
migração, oferecendo terras e isenções fiscais.
Os primeiros colonos chegaram no final
do século 18, formando comunidades agrícolas que preservaram suas tradições
culturais e religiosas. A imigração aumentou no século 19, com a formação de
colônias prósperas, contribuindo significativamente para a agricultura e a
economia local. No entanto, mudanças políticas e o crescimento do nacionalismo
no início do século 20 levaram a tensões étnicas, especialmente durante a
Primeira Guerra Mundial.
Com o início da Primeira Guerra
Mundial em 1914, foram considerados potenciais traidores pelo governo czarista
devido à aliança da Alemanha com a Áustria-Hungria. Assim, a partir de 1915,
muitos foram transferidos forçosamente para regiões mais seguras, como os Urais
e a Sibéria, como parte de uma resposta ao medo do governo. Documentos sobre
essas transferências estão disponíveis em arquivos históricos na Rússia e na
Ucrânia, e estudos sobre o assunto podem ser encontrados em livros e artigos
acadêmicos.