O Futuro em Disputa: Poder Tecnológico, Democracia e a Nova Ordem Algorítmica
Criação DALL·E 3 HD
O Futuro em Disputa: Poder Tecnológico, Democracia e a Nova Ordem Algorítmica
Vivemos um momento histórico em que o poder político e econômico está sendo radicalmente transformado por forças tecnológicas que transcendem fronteiras e desafiam instituições democráticas. A ascensão do poder tecnocorporativo — especialmente de gigantes do Vale do Silício — redefine o que está em jogo: não apenas riqueza e influência, mas o próprio controle sobre a infraestrutura da vida social, econômica e política.
A Conexão entre Governo, Big Techs e Inteligência Artificial
A relação próxima entre governos e grandes empresas de tecnologia (“big techs”) é um dos traços mais marcantes deste novo cenário. Empresas como Google, Amazon, Meta e Microsoft controlam a infraestrutura das principais IAs do planeta, coletando e processando dados em escala massiva. Esses atores não apenas influenciam políticas públicas — inclusive nas áreas de migração, trabalho e automação — como também participam ativamente da formulação dessas políticas, muitas vezes impondo seus próprios interesses e visões de mundo.
Como mostram as análises, a IA não é neutra: ela reflete os valores, incentivos e intenções de quem a treina, financia e controla. Se uma IA é projetada para otimizar lucros e eficiência, pode sugerir ou justificar políticas que reduzam a mão de obra humana sempre que a automação for possível, sem considerar impactos sociais, a não ser que estes sejam explicitamente incorporados como critério.
Intenções Ocultas e a Lógica da Automação
Proprietários e operadores das big techs têm interesses próprios — competitividade econômica, redução de custos, maximização de valor para acionistas — e, em parte, gestão da imagem pública. O avanço da automação, impulsionado por IA e robótica, reduz a demanda por mão de obra barata, especialmente em setores antes ocupados por migrantes. Isso cria um incentivo econômico e social para endurecer políticas migratórias, já que, para muitos setores automatizados, “não precisamos mais deles economicamente”.
Esse fenômeno não é apenas teórico: nos EUA e na Europa, a automação já substitui trabalhadores em supermercados, fazendas e armazéns, enquanto políticas migratórias se tornam cada vez mais restritivas. Muitas vezes, o discurso de segurança, identidade nacional ou defesa econômica serve para mascarar interesses estruturais ligados à automação e à concentração de poder.
A Política Migratória dos EUA: Anarquia e Contradição
A política migratória dos Estados Unidos é, hoje, marcada por uma profunda anarquia e contradição. Ao mesmo tempo em que endurece o controle de fronteiras e restringe a entrada de migrantes, o país corta recursos de ajuda humanitária, inclusive aqueles repassados à ONU e a organizações que atuam em zonas de crise. Essa postura revela não apenas uma desconexão entre discurso e prática, mas também uma tendência a tratar a migração como problema de segurança, ignorando as causas estruturais e as responsabilidades globais.
A ausência de uma política migratória coerente, aliada à redução do apoio internacional, agrava crises humanitárias e contribui para a instabilidade global. Enquanto isso, setores econômicos automatizados pressionam por políticas que favoreçam a substituição da mão de obra migrante, reforçando o ciclo de exclusão e desigualdade.
O Poder Orçamentário do Congresso e a Fragilização do Executivo no Brasil
No contexto brasileiro, a disputa pelo controle do orçamento público tornou-se um dos elementos centrais para compreender o novo arranjo de poder. Nos últimos anos, o Congresso Nacional conquistou prerrogativas inéditas sobre a execução orçamentária, por meio de mecanismos como as emendas de relator, o chamado “orçamento secreto” e a fragmentação de verbas para atender interesses regionais e de bancadas específicas.
Esse novo equilíbrio faz com que o Executivo federal, tradicionalmente responsável pela formulação e implementação de políticas públicas de alcance nacional, dependa cada vez mais dos humores e caprichos do Legislativo para aprovar e executar projetos estruturantes ou mesmo para manter a máquina pública funcionando em suas rotinas cotidianas. O poder de barganha dos parlamentares se ampliou a tal ponto que o presidente da República e seus ministros precisam negociar, caso a caso, a liberação de recursos para obras, programas sociais e até para a manutenção básica de serviços públicos.
Esse fenômeno, que alguns analistas denominam “parlamentarização informal do orçamento”, enfraquece a capacidade de planejamento estratégico do Estado e aprofunda a fragmentação do interesse público. Projetos de alcance nacional acabam sendo submetidos a lógicas locais, negociações pontuais e interesses de curto prazo, dificultando respostas coordenadas a desafios complexos — como a transição tecnológica, a regulação das big techs e a própria defesa da democracia diante das novas ameaças digitais.
A sobreposição do poder orçamentário do Congresso ao Executivo, portanto, não é apenas uma questão técnica ou administrativa: ela tem profundas
consequências para a governabilidade, a transparência e a capacidade do Estado brasileiro de enfrentar os dilemas contemporâneos, inclusive aqueles colocados pela ascensão do poder tecnológico, pela automação e pela captura algorítmica da política.
O Papel da Extrema Direita e o Caso Brasileiro: Bolsonaro, Big Techs e a Disputa Global
Além do avanço do poder tecno-corporativo e da captura algorítmica da política, o Brasil foi palco, nos últimos anos, da ascensão de forças de extrema direita alinhadas a movimentos internacionais ultraconservadores. A família Bolsonaro tornou-se símbolo desse fenômeno, atuando como elo entre setores políticos nacionais, redes de desinformação e interesses globais ligados à automação e ao controle das plataformas digitais.
Membros desse grupo político e seus aliados foram cooptados por estratégias internacionais de polarização, utilizando intensamente as redes sociais para mobilizar bases, atacar instituições democráticas e difundir discursos antissistema. Muitas dessas ações convergiram com interesses de grandes empresas de tecnologia, que lucram com o engajamento gerado pelo conflito e pela radicalização do debate público.
Recentemente, declarações públicas de representantes desse espectro político, sugerindo articulações subterrâneas e ameaças à ordem constitucional, evidenciaram a disposição desses setores em recorrer a qualquer meio — inclusive discursos golpistas — para retomar ou manter o poder. Tais manifestações se aproveitam da infraestrutura digital, da lógica algorítmica das plataformas e da desinformação em massa, ampliando o risco para a democracia brasileira.
Esse contexto reforça que o fenômeno da extrema direita no Brasil não é um caso isolado, mas parte de uma disputa global na qual forças autoritárias, big techs e interesses econômicos se entrelaçam para moldar o futuro político, social e tecnológico do país. O desafio, portanto, é duplo: defender a democracia tanto das ameaças digitais quanto das investidas autoritárias que se alimentam desse novo ecossistema de poder.
O Fenômeno Local: Vereadores, Idolatria Tecnológica e Intolerância Política
Esse cenário global reverbera de maneira peculiar nas esferas locais. Em diversas cidades brasileiras, vereadores têm protagonizado discursos públicos em defesa de figuras do universo tecnológico, muitas vezes com argumentos que oscilam entre o ridículo e o tragicômico. Não raro, parlamentares propõem moções de apoio a bilionários estrangeiros, criticam autoridades nacionais por supostas “perseguições” a esses empresários ou os citam como exemplos supremos de empreendedorismo e liberdade.
Tais manifestações, descoladas da realidade local e do contexto regulatório brasileiro, revelam desconhecimento técnico e político, transformando câmaras municipais em palcos para performances que beiram o cômico. Mais grave, porém, é o que tais episódios escancaram: a vulnerabilidade da política local à influência de narrativas globais e interesses corporativos, e a facilidade com que parte da classe política se apropria de pautas importadas sem qualquer filtro crítico.
A idolatria de personalidades tecnológicas, amplificada por redes sociais e discursos midiáticos, serve para mascarar debates mais urgentes sobre regulação, soberania digital e interesses nacionais. O resultado é um debate público superficial, no qual a defesa de bilionários estrangeiros substitui a discussão sobre políticas públicas de inclusão digital, transparência algorítmica e proteção de direitos fundamentais.
Além disso, esse ambiente de polarização e espetáculo midiático tem sido terreno fértil para discursos de intolerância política. Exemplo disso são declarações inflamadas de representantes locais que, em debates televisionados, afirmam que “os partidos de esquerda serão varridos do território brasileiro” e que “não há mais espaço para esse tipo de ideologia no país”. Tais falas, feitas em tom triunfalista, repercutem nas redes sociais como exemplos de intolerância e desprezo pelo pluralismo político. Essas posturas revelam o grau de polarização e o desprezo pelo contraditório que, por vezes, marcam o debate político em certos espaços midiáticos, transformando a mesa de discussões em palco para bravatas e ameaças simbólicas, mais próximas do espetáculo do que do debate democrático qualificado.
O Caso Local: Catástrofe, Incompetência Administrativa, Oposição e Mídia
O panorama de fragilidade institucional e descolamento da realidade técnica não se limita ao plano nacional ou às disputas globais. No contexto local, a catástrofe provocada pelas inundações de 2024 escancarou a incapacidade de gestão e a ausência de preparo técnico da administração municipal diante de uma crise sem precedentes.Mesmo diante da destruição parcial da cidade, com milhares de desabrigados e prejuízos incalculáveis, o prefeito local manteve-se no poder, sustentado por alianças políticas e pela ausência de mecanismos eficazes de responsabilização. O episódio revelou situações que beiraram o absurdo e o trágico: ficou evidente que a equipe responsável pela administração do dique urbano não possuía — e ainda não possui — a menor competência técnica para lidar com a manutenção e operação desse sistema vital de proteção. Entre os exemplos mais gritantes, destacou-se a tentativa de conter a enchente utilizando sacos de areia para barrar a água diante de um portão do dique completamente corroído pela ferrugem — um símbolo do improviso e da falta de planejamento.
No entanto, é fundamental ressaltar que a oposição local, ao invés de se apresentar como alternativa responsável, mostrou-se tão ou mais incompetente que a coligação no poder. Incapaz de propor soluções concretas ou de fiscalizar de maneira efetiva, limitou-se a discursos vazios e a disputas simbólicas, sem qualquer impacto prático na gestão da crise. Outro fator decisivo para a manutenção do status quo foi o papel da mídia local. O apoio midiático à administração vigente foi fundamental para abafar críticas e minimizar a percepção pública da incompetência técnica e política. Essa cobertura favorável, por vezes acrítica, conseguiu superar até mesmo a já conhecida fragilidade comunicacional da esquerda local, que não conseguiu se articular nem mobilizar a opinião pública diante da maior crise da história recente da cidade.
A questão midiática, aliás, escancara-se no dia a dia da cidade: basta caminhar pelas ruas para ver bueiros entupidos, fios elétricos expostos, calçadas esburacadas e sinais evidentes de anarquia administrativa. Um dos exemplos mais gritantes desse descaso é o emaranhado de fios telefônicos misturados com fios elétricos, formando verdadeiras teias aéreas que ameaçam a segurança dos pedestres e evidenciam a ausência de fiscalização e planejamento urbano. Esses problemas cotidianos, ignorados ou minimizados pela cobertura jornalística, reforçam a sensação de abandono e desordem, mostrando que a incompetência e o improviso não são exceções, mas a regra da gestão pública local — tudo isso sob o olhar complacente de uma mídia que, ao invés de fiscalizar, prefere proteger interesses estabelecidos.
O resultado é um cenário de anarquia técnica e política, onde a incompetência administrativa, a ineficácia da oposição e o alinhamento midiático contribuem para perpetuar práticas desastrosas e impedir a renovação dos quadros de poder — tudo isso em meio ao sofrimento da população e à destruição do patrimônio coletivo.
O Caso STF 5217273: Liberdade de Expressão, Redes Sociais e o Papel das Big TechsUma das manifestações mais emblemáticas desse novo cenário de disputa entre poder tecnológico e soberania nacional é o processo nº 5217273, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). O caso trata do embate
direto entre o Estado brasileiro e as plataformas digitais, especialmente o X (antigo Twitter), sobre os limites da liberdade de expressão, o bloqueio de contas e a disseminação de desinformação.
O processo ganhou destaque após decisões do ministro Alexandre de Moraes determinarem a suspensão de perfis e conteúdos considerados atentatórios à ordem democrática, em meio a investigações sobre atos antidemocráticos e tentativas de golpe. A controvérsia aumentou com as declarações públicas de Elon Musk, proprietário do X, que passou a desafiar abertamente decisões judiciais brasileiras, alegando censura e ameaçando descumprir ordens do STF.
O cerne do debate é o equilíbrio entre: A liberdade de expressão e a proteção da democracia; O dever das plataformas digitais de cumprir decisões judiciais nacionais; O papel das big techs como agentes globais que desafiam a soberania e as instituições democráticas.Esse processo ilustra como o poder das big techs e de seus líderes pode desafiar não apenas governos, mas o próprio sistema de justiça brasileiro, expondo a vulnerabilidade das instituições diante de plataformas digitais globais. O episódio revela o risco de que, em nome de uma suposta defesa da liberdade de expressão, empresas privadas coloquem em xeque a ordem democrática e a soberania nacional.
O caso STF 5217273, portanto, é um marco na disputa contemporânea entre tecnologia, política e democracia, e reforça a urgência de uma regulação transparente, democrática e eficaz sobre as infraestruturas digitais que hoje moldam o debate público e o destino das sociedades.
A Captura Algorítmica da PolíticaO que torna essa dinâmica ainda mais preocupante é o papel dos algoritmos e das IAs na formação da opinião pública e na legitimação dessas políticas. Grandes empresas de tecnologia controlam não só a automação, mas também os sistemas de processamento de informação que influenciam o debate público. Algoritmos de redes sociais amplificam narrativas que justificam políticas favoráveis à automação e à restrição migratória, criando um ciclo em que a tecnologia não apenas substitui trabalhadores, mas também molda a percepção pública sobre essa substituição.
O Papel da Transparência e do Controle Público
Diante desse cenário, é essencial exigir transparência, regulação democrática e controle social sobre os algoritmos e sistemas de IA empregados em decisões públicas. Quando governos dependem de sistemas privados para tomar decisões sobre migração, emprego ou saúde pública, sem debate público e sem regulação, aumenta o risco de políticas que sirvam mais ao interesse corporativo do que ao interesse social.
Conclusão: Vigilância Democrática e Responsabilidade Civilizacional
Há, sim, nas políticas públicas atuais, o risco de alinhamento entre segmentos do governo, big techs e interesses de automação — resultando em políticas migratórias menos humanitárias, justificadas por eficiência, mas motivadas por interesses econômicos de longo prazo. Isso não ocorre de forma explícita, mas como tendência observável se não houver controle social, regulação democrática e debate público sobre os impactos humanos dessas escolhas.
A tecnologia deve servir à humanidade, não o contrário. O futuro está sendo construído agora, e só a vigilância democrática pode garantir que as ferramentas mais poderosas já criadas sejam usadas para ampliar direitos, inclusão e bem-estar — e não para concentrar poder e aprofundar desigualdades.
O presente texto foi criado primordialmente pela IA Claude Sonnet 4 embarcada no sistema Sider com supervisão do sistema Perplexity AI – com base em provocações do “coordenador-autor”.
Para saber mais: Leia o texto denominado IA 2027. Em https://ai-2027.com/summary .
- “AI 2027” é um projeto que visa articular as principais preocupações éticas, sociais, técnicas e políticas sobre o avanço rápido da IA, especialmente antevendo cenários em que IAs superinteligentes possam surgir ao redor de 2027.
- O documento busca sensibilizar governos, empresas, mídia e o público leigo sobre os riscos concretos e as possíveis transformações profundas causadas por sistemas de IA avançados.
- Defende que a discussão sobre “superinteligência” e suas consequências não pode ser deixada para “quando acontecer”, mas deve começar imediatamente, dado o ritmo exponencial da evolução recente dos sistemas de IA generativa, multimodal e autônoma.